quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Aos fumantes.

Indico a todos os fumantes que sofrem com o preconceito da sociedade "geração saúde", este link.

Correção:
Gente, como ninguém conseguiu abrir o link do texto, resolvi postar outro link no qual há o arquivo de textos do colunista da Revista Época, Adriano Silva. O nome do texto é "O cigarro está com os dias contados" .

E vou postar o texto também, com os devidos créditos ao colunista. Ok? Chega de curiosidade... rs.


O CIGARRO ESTÁ COM OS DIAS CONTADOS
O cigarro é uma irracionalidade num mundo regido pela correção política.

Fumar é um hábito que morreu socialmente, tanto quanto usar chapéu ou cuspir em escarradeiras. O mundo está dividido em ex-fumantes e gente que nunca vai colocar um cigarro na boca. O grupo dos ex-fumantes é composto também de ex-boêmios, ex-românticos, ex-poetas, ex-artistas. Gente que já fumou muito e parou.
E que, coincidência ou não, também parece já ter vivido seus melhores dias. Apesar de terem hoje dentes mais brancos e uma pele melhor, os neocaretas exalam um pouco o ar daquelas pessoas que já foram mais relevantes e mais felizes.
Como o mundo desembocou nessa rua sem saída para o cigarro? Ao longo de um século, fumar foi um hábito para lá de aceito: era um rito de passagem desejado, um gesto de glamour cultuado, quase um sinal de normalidade – esquisito era o sujeito que não carregava um maço no bolso. O cigarro era um companheiro que inspirava, consolava, ajuda a celebrar momentos bons, redimir passagens ruins e trafegar por horas solitárias. O cigarro estava na televisão, no cinema, nas revistas, nas crônicas de Rubem Braga e de Nélson Rodrigues. Estava em todo lugar: na sala de casa, no consultório médico, nos elevadores, na boca dos pedreiros e dos banqueiros.
Para quem nasceu ontem, no entanto, fumar é apenas um ato vergonhoso, quase uma fraqueza moral. O fumante é visto como um viciado, um doente, alguém que incomoda. O golpe derradeiro é a recente proibição do cigarro nos cafés franceses – ícone máximo daquela imagem idílica do cigarro como universo temático, como dimensão estética. Até isso está virando fumaça.
Alguém dirá que o grande responsável por essa derrocada é o câncer. Acredito que o carcinoma – para não falar no mau hálito – tenha sua parcela de culpa. Mas acho que há um fator ainda mais forte para o banimento do tabaco. Trata-se do espírito hedonista do cigarro, que perdeu o lugar neste mundo prático, financista e sem graça em que vivemos. O algoz do fumacê não é a medicina: é o puritanismo.

O cigarro é uma auto-indulgência num mundo que cobra estoicismo a todo momento. O cigarro é uma pausa, um tempo que dedicamos a nós mesmos, num mundo acelerado, em que o tempo não nos pertence mais. O cigarro é uma pequena transgressão num mundo cujas engrenagens não permitem desobediência. O cigarro é uma irracionalidade num mundo regido pela correção política. O cigarro é um prazer solitário, sujo, fora da lei, num mundo grandemente asséptico e moralista. O cigarro tem um quê de lassidão e poesia – e não há mais lugar para isso. Eis o que eu lamento: o cigarro está desaparecendo muito mais pelo que ele traz de bom ao espírito do que pelo que faz de mal ao corpo. Por tudo isso, desconfio que o mundo fica um lugar pior sem o cigarro.

Texto de Adriano Silva, colunista da Revista Época.


4 comentários:

Live disse...

Eu não fumo, mas eu bem queria ler o texto, rs. Mas n abriu, então...
Ó só, nem sou geração saúde, é geração doença mesmo, saio d perto do cigarro pq tenho alergia e ites violentas hahaha. N é frescura. Passei a semana em casa por causa de uma dessas crises, rs! Mas nem falo nda com ninguém, respeito quem fuma e peço q respeitem a coisa aqui q n consegue respirar kkkkkkkkkk.

Cesar disse...

A histeria em torno do cigarro está cada vez maior. Não discuto que possa fazer mal (sempre a longuíssimo prazo, em 30 ou 40 anos), mas o anti-tabagismo é uma espécie de surto psicótico. Tem gente que não pode mais sentir o cheiro de um mísero cigarro que começa a passar mal e passa a acreditar que vai morrer de câncer. Aqui, outro dia, eu vi um maço de Marlboro estampado com os seguintes dizeres em negrito: smoking kills.
Bom se é assim: respirar, comer, beber, fazer xixi também mata. Depois de 70 ou 80 anos, TUDO mata.

Clau disse...

Realmente, TUDO mata... rs. Eu sei muito bem das consequencias do fumo, não pretendo processar a indústria tabagista caso eu adquira alguma doença por conta do cigarro, e nem o governo por não ter intensificado propagandas.
Aliás, eu odeio a propaganda que me chama de estúpida por causa do cigarro.

p.s.aaai... rs, tbm não consigo abrir o texto! Vou postar de novo.

Obrigada pelos comentários.

Amandinha Scott disse...

O texto não abre! =/
Queria ler!
Atualiza essa porra!
voltei pros brogs!

Beijooos